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29/9/2025

O Brasil no mapa global da inovação

Débora Chagas

CEO Numerik

Recentemente, dois relatórios globais posicionaram o Brasil como líder na América Latina no desenvolvimento de ecossistemas de inovação: o Startup Ecosystem Index 2025, da StartupBlink e o Global Startup Ecosystem Report 2025 (GSER), lançado pela consultoria internacional Startup Genome. Juntos, esses relatórios oferecem um panorama robusto, que permite entender onde o Brasil realmente está posicionado no cenário mundial de inovação — e, principalmente, quais caminhos temos pela frente.

No relatório da StartupBlink, o Brasil aparece como 27º país mais inovador do mundo e líder absoluto na América Latina e São Paulo figura entre as 25 cidades mais inovadoras do planeta. Já no Startup Genome, São Paulo também aparece como líder na América Latina sendo a única cidade a estar no top 40 ecossistemas ficando na posição 37. Esses dados não são apenas rankings; são retratos de um país que, mesmo enfrentando desafios estruturais, segue se reinventando através da força do empreendedorismo, inovação, tecnologia e da colaboração.

O que os dados dizem sobre o Brasil

O cruzamento dos dois estudos revela um cenário consistente: o Brasil está, de fato, consolidado como o principal hub de inovação da América Latina e ocupa uma posição de destaque no mapa global. Mas o que mais me chamou atenção não é apenas onde estamos, mas sim como estamos crescendo.

O GSER 2025 destaca que o Brasil figura entre os países que mais geram startups com potencial de escalar globalmente, especialmente nas verticais de fintech, retailtech, edtech e saúde. Contudo, também evidencia desafios históricos, como a dificuldade de transformar startups early-stage em scale-ups globais, além de gargalos no acesso a mercados internacionais.

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Alguns destaques do Startup Ecosystem Index 2025:

  • O Brasil lidera a América Latina no volume de financiamentos de risco (VC)

  • As três maiores fintechs brasileiras captaram mais de US$ 1,94 bilhões, levando o ecossistema fintech nacional a ocupar a 17ª posição global

  • Já no setor de Software & Data, as três startups mais bem financiadas ultrapassaram os US$ 1,86 bilhões, alcançando o 28º lugar global no setor

Startup Blink destaca os unicórnios brasileiros:

  • Quinto Andar liderando o ranking nacional e entre os mais bem-sucedidos no setor imobiliário
  • iFood, referência no segmento de delivery, com ampla presença regional 
  • EBANX, plataforma de pagamentos internacionais, reforçando a força no setor fintech

Já o Global Startup Ecosystem Report 2025 (GSER) aponta:

  • Pelo primeiro ano desde 2019, o valor agregado dos ecossistemas caiu de forma acentuada, por conta da desaceleração em grandes exits e IPOs.
  • O número de novos unicórnios também recuou, atingindo o nível mais baixo em anos
  • IA nativa é essencial para os ecossistemas e governos que não a adotarem correm risco de perder relevância global .

Destaque também para Ecossistemas Emergentes e Regionais na América Latina

  • Top 100 emergentes revelaram avanços notáveis, incluindo Bogotá, Santiago, Rio de Janeiro e Buenos Aires na América Latina .
  • A América Latina ganhou atenção, com Florianópolis servindo como modelo de hub de médio porte.
  • No ranking Regional da América Latina, 7 cidades brasileiras estão entre as top 20: São Paulo (1º), Rio de Janeiro (5º) , Belo Horizonte (7º), Curitiba (8º), Porto Alegre (10º), Florianópolis (13º) e Recife (16º).

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Sobre o Ranking Top 40, Silicon Valley está em 1º lugar, seguido por Nova York, Londres e Tel Aviv. Bengaluru (Índia) avançou 7 posições e aparece agora em 14º lugar, impulsionada por quatro exits bilionários em 2024. Boston subiu uma posição, entrando novamente entre os Top 5 . Paris também subiu, alcançando o 12º lugar, graças ao aumento de unicórnios e deals em estágio inicial. Hong Kong, que era um ecossistema emergente, saltou para o 27º lugar entre os Top 40.


Chama atenção também que todas as cidades chinesas no Top 40 mostraram crescimento: Beijing (5º), Shanghai (10º), Shenzhen (17º), Hangzhou (23º) e Guangzhou (35º). E São Paulo é a única cidade da América Latina que aparece no top 40, ficando no 37º lugar. 

A capital paulista é, sem dúvidas, o ecossistema de inovação mais forte e relevante da América Latina e do Brasil, com grande valor econômico, volume de investimentos, capacidade de gerar unicórnios e excelentes condições de talento e infraestrutura. 

Mais dados interessantes sobre São Paulo:

Seguindo firme entre os 40 principais ecossistemas de inovação do mundo, a capital paulista mantém-se nessa posição por três anos consecutivos. O desempenho impressiona também em outros números:

  • O valor total do ecossistema, considerando saídas e avaliações, chegou a US$ 51 bilhões entre 2022 e 2024,  mais que o dobro da média global (US$ 20,4 bilhões).

  • Os investimentos em venture capital (rodadas seed, série A e B) totalizaram US$ 15 bilhões entre 2020 e 2024, frente à média global de US$ 5,2 bilhões.

  • O financiamento early-stage (seed + A) também superou a média mundial no período recente: US$ 841 milhões, contra US$ 514,8 milhões globalmente.

  • O governo estadual também vem desempenhando um papel relevante, com aportes que ultrapassaram US$ 2,08 bilhões em apoio à inovação durante o período.

Em termos de avaliação qualitativa do ecossistema, São Paulo recebe nota máxima em “Funding” (4/4) e nota 3 em “Talento & Experiência”, refletindo seu dinamismo financeiro e densidade de capital humano. Por outro lado, ainda há espaço para evolução nos quesitos "Performance", "Alcance de Mercado" e "Produção de Conhecimento", onde a cidade recebe nota 1.

Como CEO de uma consultoria que vive o desenvolvimento de ecossistemas de inovação no dia a dia, posso afirmar: os avanços são reais. Vemos, por exemplo, a consolidação de ecossistemas em cidades como Florianópolis, Recife, Porto Alegre e Campinas, que souberam unir universidade, setor privado e poder público em torno de um propósito comum. Também temos destaques para os Hubs de Inovação como Cubo Itaú em São Paulo, considerado o maior Hub da América Latina e Instituto Caldeira em Porto Alegre - RS. 

Acredito que o papel de consultorias, como a Numerik, é justamente atuar como ponte entre todos esses atores, traduzindo as intenções em ação, criando ambientes de confiança onde empresas e instituições se sintam seguras para experimentar e inovar. Além disso, formar lideranças preparadas para navegar esse novo tempo e, acima de tudo, conectar inovação com impacto real.

O Brasil já está no mapa global da inovação. Mas o que vai definir nosso futuro é como vamos transformar essa posição em resultados concretos para os nossos negócios e para a sociedade.

Que possamos continuar crescendo com intencionalidade, inclusão e coragem.

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